14.5.15

A expressão da liberdade

O clausus modus em que me fui obrigado a estar, desde há uma semana a esta parte, tem-me colocado uma pertinente questão à qual, por felizes motivos, nunca me havia colocado a mim mesmo por ordem de pensativa existência. 

Quem ao meu lado se tem acamado, nas horas das visitas, exprime a sua completa opinião, sobre o que ela vale, seja a quem for que o oiça e esteja ou não disposto a ouvir, o que, na minha opinião e ideia correcta das coisas, aprovo e apoio. Estranha-me, no entanto, que as visitas se sintam tão constrangidas com a exposição das ideias e opinião do relator. 
Imagina que o senhor do lado é desse partido!?” – foi esta mesma  frase que me alertou para que escrevesse este texto. Repenso; que problema seria se a minha opinião diferisse tanto quanto à do relator? Que motivos teria eu para ripostar ou, quem sabe, violentar contra ele, fosse mesmo só por palavreado? 

Hoje em dia, verdade seja dita, e por graças a vivermos em liberdade de expressão, vivemos, no entanto, numa sociedade onde pouco se pensa antes de emitir a opinião que temos sobre as coisas. Maioria, é certo, que pouca ou nenhuma importância revelam na vida comunitária, porque são, dessa mesma maioria, coisas nossas, por vezes até pessoais e a isso, quem ouve, pouco carga de importância lhe dá. 
No que se refere a opiniões de âmbitos mais sociais/comunitárias devíamos sempre pensar antes de as emitir tão publicamente ou, pelo menos, não sendo tão público, o facto de se estar entre desconhecidos. Não que seja problemático o facto de emitir opiniões, mas sim pelo facto de se poder mudar em escasso limite de tempo. No que respeita a opiniões, hoje o que pensamos pode mudar em poucos minutos, até. O que não se altera com tanta rapidez são as convicções e até mesmo essas estão passíveis de alterar-se!

Voltando à estranha sensação de que me assolei quando notei o medo do visitante, que caminho estaremos nós, em termos de sociedade, a construir sobre a liberdade de expressão? Este “medo” de «o senhor ser desse partido» será um possível regresso ao passado ditatorial? Na verdade, todos os dias nos vamos quase que ambientando a isso. A censura é posta à prova e em causa ao mesmo tempo. Tenhamos cuidado!

Na minha opinião, o correcto será sempre que a opinião for dada, e que sempre deve existir, que antes de a proferir para onde quer que se destine, que está tenha sido pensada e, principalmente, pesadas as consequências não nocivas na opinião dos outros. 

P.S. - Artigo escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico de 45;
P.S.2 - Peço desculpa por qualquer má formatação de texto, mas via telemóvel não consigo melhor! 


Sem comentários: