25.4.15

Liberdade


Craveiro

Permitam-me que cresça em cada canto
Numa esquina qualquer da cidade
Um punhado de cravos em manto
Como se se deitasse, ali, a liberdade.

Não teçam os cravos entre eles.
Não deixem que se coliguem forçosamente.
Se à liberdade são dados aqueles,
Juntem antes as rosas de vermelho quente.

Permitam-me que lance um cravo ainda
Ao rio que cruza as terras que passa,
E que leve a outras margens onde o mar finda
A liberdade onde a mesma não se abraça.

Pudesse eu ter de cravos um mundo inteiro
E faria, sem dúvida, um mundo perfeito.
Enquanto não tiver terra para o meu craveiro,
Deixo-o, pelo menos, vingar-se no meu peito!

Bruno Torrão

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