Craveiro
Permitam-me que cresça em cada canto
Numa esquina qualquer da cidade
Um punhado de cravos em manto
Como se se deitasse, ali, a liberdade.
Não teçam os cravos entre eles.
Não deixem que se coliguem
forçosamente.
Se à liberdade são dados aqueles,
Juntem antes as rosas de vermelho
quente.
Permitam-me que lance um cravo ainda
Ao rio que cruza as terras que passa,
E que leve a outras margens onde o mar
finda
A liberdade onde a mesma não se
abraça.
Pudesse eu ter de cravos um mundo
inteiro
E faria, sem dúvida, um mundo
perfeito.
Enquanto não tiver terra para o meu
craveiro,
Deixo-o, pelo menos, vingar-se no meu
peito!
Bruno Torrão
Sem comentários:
Enviar um comentário